Na viagem de volta pra casa o motorista tentou falar comigo, se ofereceu para parar em algum lugar para comprar uma água, mas eu não aceitei. Eu só queria chegar em casa. Passei a maior parte da viagem enxugando minhas lágrimas enquanto olhava pela janela.
Tentei bloquear e conter meus pensamentos com a música alta nos fones de ouvido, mas foi impossível. Recebi uma série de mensagens de William no caminho.
“O que houve?”
“Tá tudo bem?”
“Aconteceu alguma coisa?”
Eu não respondi a nenhuma, não tinha cabeça pra isso. Depois eu explicaria tudo a ele, tentaria diluir a situação até que fosse comunicável. Mas não hoje, hoje eu só queria destruir tudo à minha volta.
Mas como isso não era permitido, eu só iria chorar mesmo.
— Chegamos, moça. Se cuida. - O motorista falou estacionando.
Saí do carro agradecendo e fui direto pro meu apartamento. Olhei para o chão o tempo todo, nem cumprimentei o porteiro, estava absorta na minha própria dor e navegando pelo mundo no piloto automático.
Assim qu