12. Passado
O sol já havia se posto quando Angélica se recostou na cabeceira da cama, olhando para o teto do quarto como se buscasse respostas escritas entre as frestas invisíveis. O casamento de Willian e Diana ainda ecoava como um trovão em sua mente. Mesmo dias depois, a imagem de Diana em um vestido branco e a expressão distante de Willian a atormentavam como um pesadelo recorrente.
Ela precisava respirar. Precisava sair. A angústia era sufocante, e não fazia ideia de como suportar aquilo calada. Decidiu ligar para Sofia. A única pessoa em quem ainda podia confiar, apesar da constante sensação de que algo estava faltando entre elas.
— Sofia? — disse, quando a ligação foi atendida.
— Oi, Angel! — a voz da jovem soou animada. — Está tudo bem?
— Não muito... você pode sair comigo? Um parque talvez. Preciso espairecer.
— Claro, estou indo.
Quarenta minutos depois, já estavam caminhando lado a lado no parque central da cidade. As árvores lançavam sombras longas sob a iluminação amarelada dos poste