Capítulo 9 — A Marca do Diabo
POV Matthias Kane

O relógio marcava 1h14. O silêncio reinava na mansão. Lá em cima, a princesa quebrava copos com as palavras. Aqui embaixo… eu quebrava ossos com as mãos. O subsolo era meu templo. Frio. Concreto cru. Ganchos pendurados no teto. O cheiro de metal, suor e medo impregnava o ar.

Gabe estava encostado numa mesa de aço, brincando com uma navalha. O outro homem, Enzo, meu soldado mais antigo, mantinha o olhar fixo no chão, esperando a próxima ordem.

No centro, o lixo. O verme. O pedófilo que ousou se esconder na minha cidade. As mãos dele estavam amarradas no alto, o corpo semi nu, pingando sangue. A boca aberta num gemido baixo, quase um choro.

Ele tremia.

Eu caminhei até ele. Passos lentos. Cada passo era um aviso. Cada respiração, uma sentença.

— Você já entendeu onde você está? — perguntei, a voz baixa. Calma. Mortal.

Ele não respondeu. Os dentes batiam de medo.

— O padrinho está perguntando, merda. — Gabe avançou, pegando o queixo do homem e forçando a cabeça pra cima
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