POV Sophia Sinclair
A primeira coisa que senti foi o peso.
O corpo parecia chumbo, cada músculo latejando, cada respiração uma batalha. Depois veio a dor, espalhada, ardente, e o frio gélido da ausência. Abri os olhos com esforço, e a claridade do quarto me cegou por um instante.
Hospital.
O cheiro de antisséptico denunciava antes mesmo de eu ver o teto branco, as máquinas, o bip constante ao meu lado. Tentei me mover, mas um gemido escapou da garganta.
— Não — ouvi a voz firme. — Fique quieta.
Meus olhos buscaram o som e encontrei o rosto dele. Matthias. Sentado ao lado da cama, o braço enfaixado, o rosto marcado por hematomas, mas vivo. Os olhos escuros, cansados, fixos em mim.
Meu coração, mesmo machucado, tentou correr.
— Você… — murmurei, a voz falhando.
— Estou aqui — ele interrompeu, segurando minha mão. O calor dele atravessou a minha pele como se fosse capaz de colar os pedaços quebrados.
Fechei os olhos por um instante, sentindo lágrimas me queimarem. Ele estava vivo. Eu est