POV Sophia Sinclair – Escritório
As planilhas se embaralhavam diante dos meus olhos. Os relatórios de Praga eram confusos, com transferências que pareciam escritas em código, e eu já tinha relido a mesma linha três vezes. Mas a maldita voz dele ainda ecoava na minha cabeça. “Cuide-se, Sophia.” Como se fosse uma nota de rodapé na nossa tragédia. Joguei o corpo para trás na cadeira e fechei os olhos por um instante. Eu estava me afundando em papéis, planilhas e e-mails, mas a única coisa que conseguia pensar era nele. De novo. Sempre ele.
— Você parece que viu um fantasma — disse uma voz masculina, suave e provocativa, na porta da minha sala.
Abri os olhos e lá estava ele. Julian, o diretor financeiro da empresa. Terno ajustado com perfeição, sorriso de quem sabia demais, e aquele andar preguiçoso e confiante que só os perigosos sabiam ter. Ele encostou no batente da porta, uma pasta embaixo do braço.
— Ou você só está odiando trabalhar com números — completou, entrando sem ser convidado