POV Sophia Sinclair
Mansão Sinclair – Dia seguinte
O despertador tocou às 5h30. Mas eu já estava acordada. Aliás, acho que nem cheguei a dormir de verdade. Só fechei os olhos e deixei o tempo passar, como se o colchão fosse uma espécie de bote salva-vidas em alto-mar, tentando manter meu corpo à tona enquanto a cabeça afundava. A lembrança da noite anterior ainda estava grudada em mim como perfume barato. Aquele jantar maldito. O vestido vermelho. O nome Grecco pairando como sentença. E, claro… Matthias, com a mala aberta, os olhos decididos, o coração em frangalhos.
Levantei devagar. Nada de treino hoje. Eu não queria socar o ar nem correr quilômetros como se estivesse fugindo de mim mesma. Eu só queria um café forte, uma roupa confortável e silêncio. Muito silêncio. Coloquei uma calça jeans, uma blusa branca e um casaco leve. Cabelo preso num rabo bagunçado, quase tão desorganizado quanto meus pensamentos. Desci as escadas devagar, o som dos meus passos ecoando na mansão vazia. Aque