POV Matthias Kane
Submundo de Manhattan — 01:43 da manhã
O ar cheirava a ferrugem, pólvora e promessas quebradas. Eu estava de volta. Onde pertenço. Onde deixei minha alma antes de conhecer Sophia. Mas não era por ela que eu estava ali. Não oficialmente. Era pelo inferno que ainda respira nos becos dessa cidade. Tráfico humano. Correntes invisíveis. Gritos abafados por cifras.
E um nome novo na equação: Vittoria. Minha ex-noiva. Ela sempre teve um ar de intocável. Do tipo que flutua entre mesas caras, copos de cristal e alianças bem posicionadas. Mas agora… agora ela tinha sangue nas mãos. E não o sangue certo.
— Aqui está — Enzo disse, jogando a pasta sobre a mesa de concreto da base subterrânea que montamos no Brooklyn.
Abri o arquivo. Fotos. Relatórios. Vídeos. Câmeras escondidas. Garotas. Meninas. Crianças. Vendidas.
— Filha da puta — murmurei.
— Ela não age sozinha — Enzo completou, encostado na parede, os braços cruzados. — Mas é a ponte entre o tráfico da Albânia e os clubes de