Mundo de ficçãoIniciar sessãoMeu filho me pediu algo que eu não podia dar. — Só três chances, mamãe. — Ele sussurrou. — Se ele realmente não nos amar depois disso… a gente vai embora pra sempre. Ele estava falando do pai — Giovanni Romano. O herdeiro de um império da Máfia. Meu marido apenas no nome. Ele nunca chamou meu filho de "filho". Nunca disse que me amava. Primeira chance, Giovanni esqueceu. Segunda, ele mentiu. Na terceira… ele quebrou algo que nenhuma desculpa poderia consertar. Então eu arrumei nossas malas, segurei a mão do meu filho e fui embora. Sem lágrimas. Sem despedidas. Apenas silêncio. Na noite em que nosso avião decolou, meu celular vibrou. — Espera. — Dizia a mensagem dele. — Estou voltando pra casa. Mas para mim, "casa" já não era mais onde ele estivesse. Sim onde meu filho finalmente conseguia dormir sem chorar. Porque algumas promessas não se quebram — Se estilhaçam. E algumas mães nunca mais esperam de novo.
Ler maisPonto de vista da JoEu o vi antes que ele me visse.Giovanni Romano, o herdeiro de uma das famílias mafiosas mais poderosas de Nova York, estava parado nos portões da pré-escola como um homem que não dormia há dias. Ele estava lá desde o nascer do sol. Esperando. Observando cada mãe que chegava para deixar seu filho, torcendo para que uma delas fosse eu. Quando um garotinho de cabelos escuros veio correndo até o portão, Giovanni congelou. Ele deu um passo à frente, sussurrando roucamente:— Leo?Mas quando a criança se virou, Giovanni ficou sem fôlego.Não era meu filho. Apenas outro menino com o mesmo uniforme azul. Ele ficou lá até o último sinal tocar. Mas Leo e eu nunca chegamos. Evan, o filho de Elena, avistou o Rolls-Royce preto e correu até ele com a arrogância de sempre. Antes que pudesse abrir a porta, Giovanni segurou seu braço.— Onde está Leo? Você o viu hoje?Evan ficou parado, revirando os olhos.— Não. Talvez ele esteja envergonhado de aparecer. Todo mundo sabe q
Ponto de vista de GiovanniPensei que fossem eles. Não eram. Quando abri a porta, era Elena — vestida com um vestido elegante, os olhos contornados de vermelho — com seu filho meio escondido atrás dela. O olhar do menino foi direto para as sacolas de comida sobre a mesa. O cheiro de frango frito enchia o ar… ainda quente, ainda esperando.— Eu o trouxe para se desculpar. — Disse Elena suavemente, a voz tremendo de um jeito que parecia frágil. — Ele realmente se sente mal pelo que aconteceu.Não disse nada, apenas me afastei. Os vizinhos do outro lado do corredor já estavam observando. Eu não queria audiência. Evan avançou, limpando o nariz com a manga.— Desculpe, Sr. Romano. Eu não deveria ter desenhado em seus papéis.Seus olhos estavam inchados de tanto chorar. E por um breve e estúpido momento, vi Leo neles. A mesma inocência. A mesma esperança que eu costumava esmagar sem pensar. Onde eles estavam? Por que ainda não estavam em casa? Entrei na cozinha e liguei para Jo. Caixa p
Ponto de Vista de GiovanniA mensagem dela ainda ardia muito na tela."Desejo que seja feliz."Eu já a tinha lido cem vezes e, de alguma forma, doía mais a cada leitura. Por um longo momento, fiquei ali parado, imóvel na cadeira de couro do escritório da Romano Holdings, o império que diziam ser meu. Mas naquele instante, eu não conseguia controlar nem o próprio coração. As imagens começaram a se misturar na minha mente, a voz dela, as mãos, a calma. Sete anos atrás, Jo nem deveria ter passado da entrevista. Sem nome de família. Sem conexões. Nada impressionante, exceto o modo como me olhou nos olhos e disse:— Me dê uma chance, senhor Romano. Eu vou te orgulhar.E ela conseguiu. Ficava até tarde, aprendeu cada idioma dos meus clientes, lembrava quem bebia bourbon e quem odiava charutos. Tornava o impossível fácil. Eu achava que ela era minha sombra. Mas, na verdade, ela era meu equilíbrio. Até a noite em que destruí tudo… O celular vibrou na minha mão, me trazendo de volta. Por um
Ponto de Vista do GiovanniA última mensagem dela tinha apenas quatro palavras."Desejo que seja feliz." Fiquei olhando para a tela até que ela escureceu, até que o pequeno balão de digitação nunca mais voltasse. Meu polegar pairava sobre o botão de desligar, mas eu não consegui apertar. Talvez uma parte de mim ainda esperasse que ela mudasse de ideia. Do outro lado da sala, a voz de Elena rompeu o silêncio.— Giovanni? Devíamos ir. Os sócios estão esperando.Pisquei, me obrigando a voltar ao presente.Ela estava parada na porta do meu escritório, usando um vestido preto justo e perfume demais. O cheiro chegou antes das palavras — rosas e álcool, forte o bastante pra arder.Espirrei uma, duas vezes. Me dava alergia. Eu costumava achar que odiava o cheiro em si, mas agora percebo que era porque estava acostumado a algo mais suave — chá-verde e sabão. Jo cheirava assim. Quando entramos na sala de reuniões, o burburinho cessou. Investidores, sócios, advogados da família Romano, todos à
Ele estava me esperando nos portões da escola quando saímos. Giovanni Romano — impecável como sempre, uma mão no bolso do casaco e a outra segurando um algodão-doce. O pôr do sol refletia em seu cabelo, suavizando os traços afiados do rosto. Por um instante, ele quase pareceu o homem que eu costumava amar. — Você se atrasou. — Disse ele, com a voz baixa, quase gentil. — Vamos. Vamos pra casa.Casa.Um dia, essa palavra significou tudo pra mim.Agora, soava apenas como uma lembrança que não nos pertencia mais. Os olhos de Leo brilharam quando Giovanni lhe entregou o algodão-doce. Ele não sorriu a noite toda. Por um segundo, deixei-me acreditar que as coisas podiam voltar a ser como antes.Giovanni estragou tudo com a frase seguinte:— O filho da Elena acabou de se transferir pra cá… — Disse, casualmente, observando Leo girar o doce. Ele não teve chance de participar da eleição de líder de turma. Talvez… deixe ele ficar com seu lugar. Vai ajudá-lo a se enturmar.Leo congelou, os dedi
Eu o vi no instante em que entramos na sala de aula. Giovanni Romano — meu marido, o pai do meu filho — sentado perto da janela, como se pertencesse àquele lugar. Ao lado dele, um garotinho que eu não reconhecia. Por um segundo, fiquei ofegante. A turma de Leo havia sido aberta há apenas meio ano. Giovanni nem sabia em que série ele estava. Antes que eu pudesse impedi-lo, o rosto de Leo se iluminou. Ele correu, a pequena mochila balançando a cada passo.— Pai! — Ele dizia.Os olhos de Giovanni se voltaram para ele. Frios. Cautelosos.— O que foi que você acabou de me chamar?A cor sumiu do rosto de Leo. Ele hesitou, depois sussurrou a palavra que me partia um pouco mais todas as vezes.— Tio. Desculpa, tio Gio. Acho que você está sentado no meu lugar.Giovanni desviou o olhar.— Não. É aqui que eu devo estar.Antes que Leo pudesse perguntar o que ele queria dizer, outra voz cortou o burburinho.— Sai! Esse é o meu pai.Um garotinho passou entre eles, agarrando a mão de Giovan





Último capítulo