Capítulo 3
— Ele disse que viria…

Pela primeira vez em sete anos, Giovanni prometeu aparecer.

Quando a mensagem dele apareceu no meu celular, "Estarei aí", li duas vezes só para ter certeza. Depois mostrei para o Leo como se fosse um milagre.

— Viu, querido? O papai vem hoje à noite.

O rosto dele se iluminou por completo. Passou a tarde inteira me contando sobre os prêmios que tinha ganho, os elogios dos professores, como tinha sido eleito líder da turma.

— Ele vai se orgulhar de mim, né, mamãe? Talvez ele finalmente goste de mim.

Sorri, mesmo com algo pesado apertando meu peito e disse:

— Claro, meu amor. Ele vai ver como você é incrível.

Às seis horas, o relógio na parede já tinha badalado mais vezes do que eu conseguia contar. A reunião começava às sete. Giovanni ainda não tinha aparecido. Disse a mim mesma que ele poderia estar preso no trânsito. Que talvez o celular tivesse acabado a bateria. Qualquer coisa, menos a verdade que eu já sabia. Então meu celular acendeu, não era ele, era ela. Uma postagem pública no Instagram, Elena Duval, seu amor de tempos passados, reencontrado, sorrindo para a câmera. Atrás dela, Giovanni estava ajoelhado ao lado de um menino pequeno, ajudando-o a montar uma torre de LEGO. Na legenda: "Futuro melhor pai."

Minha garganta se fechou.

Leo se sentou quieto no sofá, separando os mesmos tipos de peças de LEGO. Mesmo brinquedo. Mesma idade. A única diferença era que não havia ao lado dele o seu pai.

Ele levantou os olhos ao sentir meu olhar.

— Mamãe… ele esqueceu de novo?

Queria dizer que não. Que o pai dele estava ocupado salvando o mundo, comandando o império Romano, ou fazendo qualquer coisa, menos escolhendo outra criança em vez do próprio filho…

Mas mentiras eram tudo o que eu ainda podia oferecer.

— Está tudo bem, querido. — Sussurrei, puxando-o para perto. — Você ainda me tem. Eu sempre estarei aqui.

Ele não chorou. Apenas assentiu, o queixo apertando do jeito que o Giovanni faz quando esconde a raiva. E isso me quebrou mais do que lágrimas jamais poderiam. Mesmo assim, fomos até a escola. O ar da noite estava fresco, e o prédio brilhava suavemente sob as luzes da rua. Nenhum de nós falou. Era mais fácil assim, fingir que o silêncio não significava decepção. Quando entramos na sala de aula, as palavras morreram na minha garganta.

— Giovanni?

— Papai?

Ele estava lá.

De pé na primeira fila, ao lado de Elena, uma mão repousando no ombro do mesmo menininho. Seu terno escuro, o leve sorriso — tudo para outra pessoa. Senti a mão de Leo escapar da minha. Essa foi a segunda chance. E Giovanni Romano acabara de desperdiçá-la.
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