A sala de reuniões já estava vazia. Lorenzo saíra poucos minutos antes, sem dizer muito além do necessário. Mas Isadora permaneceu sentada, imóvel, com os olhos fixos em um ponto qualquer do vidro, como se tentasse decifrar o que acabara de acontecer — ou pior, o que estava para acontecer.
Havia algo errado.
Ela sentiu no olhar dele. Um olhar demorado demais, afiado demais, como se procurasse nela uma resposta para uma pergunta que não tinha sido feita. Era Lorenzo Alcântara, afinal. Brilhante, calculista, astuto como poucos. Se tivesse decidido ir atrás de respostas, bastaria meia hora de pesquisa e meia dúzia de telefonemas para ligar todos os pontos.
E dessa vez, Isadora tinha quase certeza de que ele já o havia feito.
“Será que ele descobriu sobre Gabriel?”
A possibilidade a sufocava.
Ela sempre se manteve discreta, silenciosa quando o assunto era sua vida pessoal. Mas não invisível. Nunca fora. Muito pelo contrário. Quem conviveu com Isadora sabia do filho. Na Mendes, todos conhe