O relógio marcava 8h30 da manhã quando Isadora chegou à empresa. Seu salto ecoava pelos corredores como um lembrete silencioso de que, mesmo ferida, ela se mantinha de pé — impecável, firme, profissional.
A maquiagem discreta disfarçava as olheiras de uma noite mal dormida. O sorriso educado escondia o caos interno. Ninguém ali precisava saber da confusão que pulsava em seu peito. Principalmente ele.
Lorenzo.
Desde o sábado no shopping, suas palavras ecoavam em sua mente como um aviso mal interpretado: “Eu não quero continuar assim... tem coisas que preciso resolver.” Agora ela sabia. A tal "coisa" tinha nome, olhos maldosos e um passado que ainda queimava.
E naquela manhã, a bomba finalmente explodiu.
Isadora terminava de organizar uma planilha na mesa da recepção quando a porta giratória da entrada principal se abriu com um estalo seco. O som dos saltos finos antecedeu a presença. Um perfume marcante invadiu o ambiente — não doce, mas sofisticado, quase agressivo.
Todos os olhares s