Isso era doença grave de quem falava antes de pensar.
Assim que as palavras saíram, percebi o quanto foram inadequadas e fiquei pensando em como contornar a situação. Para minha surpresa, George respondeu simplesmente:
— Claro.
Ele concordou? Não fez nenhuma cerimônia? Nem uma tentativa de recusar para manter a pose de machão?
Mesmo que ele não rejeitasse a ideia de se “entregar” como garantia, pelo menos recusaria o empréstimo, certo?
Mas dessa vez, George não fez isso.
Pelo visto, ele precisava mesmo do dinheiro. E queria realmente ajudar a irmã. Esse pensamento me fez sentir uma pontada de compaixão por ele, um homem tão forte e orgulhoso.
Essa sensação me pegou desprevenida, e logo tentei disfarçar com uma tosse leve.
— Sua irmã já foi a um médico? Se tiver os exames, me mande uma cópia. Talvez eu possa encontrar alguém para ajudar a analisar o caso.
— Pode deixar. — Ele concordou, sem hesitar.
Sem mais o que dizer, me levantei.
— Obrigada por hoje. Eu vou indo.
Ele me encarou.
—