Eu estava muito perto de Afonso, a ponto de minha voz sair um pouco suave.
Fiz de propósito. Queria testar a reação dele.
Dizem que os homens não resistem a uma provocação, então queria ver o quão firme ele era.
— Vamos para a sua casa.— Afonso falou com a mesma expressão de sempre e, assim que terminou a frase, afastou-se de mim.
Olhando para ele desse jeito, não pude evitar lembrar de como conheci George no começo. Ele parecia exatamente assim, imune a qualquer provocação.
Levei Afonso para minha casa. Ele cozinhava, enquanto eu fiquei do lado de fora, observando-o.
Ele usava o avental que George costumava usar. Lavava e cortava os ingredientes calmamente, sem pressa, como se George realmente tivesse voltado.
Naquele momento, mais uma vez, tive a sensação de que ele era Geo.
Nesse dilema sobre Afonso ser ou não George, eu sempre me contradizia. Ora aceitava, ora negava.
Eu estava sentada ali, abraçando os joelhos e olhando para Afonso, completamente perdida em pensa