A ponta do meu dedo sentiu uma dor aguda e instintivamente tentei puxar a mão de volta, mas Afonso a segurou firmemente e disse baixinho: — Aguenta só um pouco, já vai acabar.
A voz dele estava incrivelmente suave, bem diferente da frieza com que ele costumava me tratar.
A mudança repentina no comportamento dele me pegou desprevenida, e eu não conseguia entender suas intenções.
A enfermeira era bem profissional e, em poucos instantes, retirou um caco de vidro da ponta do meu dedo. Ela segurou o fragmento e me mostrou: — Olha o tamanho! Se ficasse preso na pele, continuaria doendo.
Eu realmente não fazia ideia de quando tinha me cortado, mas provavelmente aconteceu quando peguei o cinzeiro para jogar em alguém.
Depois de desinfetar meu machucado, a enfermeira colou um curativo sobre o corte.
— Obrigado. — Afonso agradeceu à enfermeira e soltou minha mão.
Rapidamente, recolhi minha mão de volta. Olhei para o curativo e, em seguida, para ele.
— E você? — Perguntei.
— E