RUBY PORTMAN
O caminho de volta para casa foi silencioso, mas não desconfortável. Era como se tudo o que precisava ser dito já tivesse sido. As luzes da cidade refletiam no para-brisa do carro, criando padrões dourados e cintilantes que dançavam sobre o painel. Eu observava aquelas luzes, tentando me agarrar a elas como quem tenta se apegar a algo que ainda faz sentido.
O meu coração ainda pesava. Não de dor, mas de um peso diferente, mais denso. Eu tentava assimilar a noite, a conversa, a história dele. O anel. Aquilo tudo parecia um mundo novo que eu ainda não sabia se queria adentrar ou apenas observar de longe.
Harry dirigia em silêncio, a mão firme sobre o volante, os olhos atentos à estrada, mesmo que os pensamentos estivessem visivelmente em outro lugar. Ele não era do tipo que pedia, que se explicava. Então o simples fato de ter se despido emocionalmente daquela forma me fazia entender o quão longe ele já havia ido. Por mim.
Quando o carro parou em frente ao meu prédio, um sil