HARRY RADCLIFFE
— Eu... juro que não sabia da lavagem — a sua voz tirou-me momentaneamente do transe. — Nunca soube de nada, Harry.
Mantive-me em silêncio, esperando que continuasse. Ela respirou fundo, fechou os olhos.
— Mas... havia coisas estranhas, de fato, havia reuniões... "sigilosas", sabe? Com executivos que eu nunca conheci, mas também, pouco me importava — ela engoliu seco, desviando o olhar. — Você não entende, meu pai só... só se reunia com eles porque precisava pagar umas dívidas antigas, não tem como a ver com o que aconteceu com Johnny.
— Continua.
— Tinha umas tais de floriculturas que sempre apareciam nas transações... eu achava que era uma piada, mas não era porque Robert ia lá o tempo todo, precisava "resolver alguma coisa".
— E o que mais ele disse? — perguntei, ela assentiu, inquieta.
— Sei lá, havia um juiz, sinceramente, sempre caguei para o nome dele, mas era "amigo da casa", encontrei extratos com depósitos vultosos e jantares pagos em dinheiro vivo, foi nessa