RUBY PORTMAN
O banco de plástico duro da delegacia me parecia muito desconfortável, mas nada se comparava à dor que latejava sob a compressa gelada que Sophia segurava com cuidado contra o meu rosto.
O ambiente cheirava uma mistura de papel seco, tinta e café, e essa combinação de cheiro já começava a me enjoar.
Estávamos ali havia mais de meia hora, e mesmo com o frio da compressa, o inchaço não diminuía. A sensação de ardor era constante, pulsando sob minha pele como um lembrete cruel de tudo que acontecera naquela noite, juntamente com a enxaqueca que decidiu fazer parte da festa.
Espero que o Johnny tome no cu, por isso.
Sophia estava sentada bem ao meu lado, o semblante mais rígido do que alguma vez vi em seu rosto, ouvindo tudo em detalhes mais uma vez.
O policial à nossa frente, um homem de meia-idade com expressão sóbria, digitava calmamente no computador, preparando-se para registrar minha declaração. Eu tentava me manter firme, mas minhas mãos ainda tremiam levemente, o corpo