Alicia respirou fundo ao desligar o monitor. As luzes da sede da D’Abruzzi Corporation estavam quase todas apagadas. O silêncio se espalhava como um véu noturno, quebrado apenas pelo som sutil do salto dos seus scarpins ecoando pelos corredores envidraçados.
Renzo havia sido breve.
— O Sr. Victor gostaria de revisar alguns detalhes com a senhorita... pessoalmente.
A frase ecoava repetidamente na mente de Alicia enquanto ela caminhava. Seus dedos tremiam discretamente ao segurar a pasta com os relatórios — talvez como desculpa para não chegar de mãos vazias. O que havia entre eles não era apenas tensão. Era química. Densa, elétrica. Algo que parecia impossível de controlar, ainda que ela desejasse resistir.
A porta de vidro jateado estava entreaberta. Um gesto típico de Victor. Discreto, mas sempre esperando que ela entrasse por vontade própria.
Ela empurrou com delicadeza.
Victor estava de costas, encarando a cidade iluminada pela parede de vidro que tomava todo o fundo da sala. O bla