O ritmo furioso dos cascos dos cavalos era a única coisa que quebrava o silêncio da noite. Sophia estava jogada no banco da carruagem, o corpo latejando pela tensão da fuga, mas a mente estranhamente lúcida. A cada metro que se afastava de Ravenshore, sentia o peso invisível de Lady Margaret diminuir.
Ela estava sozinha, sob a tutela de uma criatura que prometia não a tocar, mas cuja própria existência era uma ameaça.
Do lado de fora, no alto, Alaric conduzia a carruagem. Ela não conseguia vê-lo, mas sentia sua presença gélida filtrando-se pela fina porta de madeira.
O sol estava prestes a nascer. Isso a fez lembrar-se da condição de Alaric.
— Alaric! — chamou Sophia, forçando a voz.
O trote diminuiu. A porta da carruagem se abriu, e Alaric se inclinou. Seu rosto estava coberto de sombras, mas seus olhos, embora vigilantes, não demonstravam hostilidade.
— O sol está nascendo. Você consegue viajar à luz do dia? — perguntou ela.
— Não sem proteção. — Ele olhou para o céu cinzent