O auditório da nova Escola Livre de Castelvetro não era luxuoso.
Bancos de madeira, painéis solares no telhado e uma lousa grande ao fundo. Mas, naquela manhã, o espaço pulsava com energia. Jovens de diversas comunidades, com idades entre 15 e 22 anos, se reuniam para o Primeiro Encontro Raízes de Jovens Autônomos.
Era o primeiro evento internacional liderado inteiramente por uma nova geração.
Valentina assistia da lateral do palco, sentada com um caderno no colo. Observava com atenção, mas sem intervir. A regra era clara: nenhum adulto falaria nas assembleias da manhã.
Eles precisavam aprender a voz sem muletas.
— Nosso tema de hoje é herança e ruptura — disse Lara Di Pietro, 17 anos, filha de antigos agricultores de Ravello. — O que recebemos da geração anterior? E o que queremos deixar de carregar?
As perguntas ressoaram como trovões silenciosos.
— Vocês nos deram liberdade — disse um rapaz chamado Elías, de Granada. — Mas também nos deram medo de falhar. Um sistema inteiro