O céu de Bangkok parecia mais carregado do que o habitual naquela tarde abafada. O calor era sufocante, mas Pravat mal notava. Seus olhos estavam fixos na janela do táxi enquanto os prédios passavam como vultos borrados. A cidade fervilhava como sempre, mas algo dentro dele estava congelado, suspenso entre ansiedade e antecipação.
Ao lado dele, Bela observava cada movimento, sentindo a tensão que irradiava do corpo do amigo. Ela sabia o que aquela viagem significava. Estavam prestes a encarar uma parte da história que Pravat sempre evitou: o passado da sua mãe, e o elo misterioso com Kaew, a mulher que surgia nos relatos como sombra e promessa.
— Estamos quase lá — disse o motorista, apontando com a cabeça para o cruzamento que se aproximava. — A residência Kaew Ratanakosin fica depois daquela rua.
Pravat assentiu sem falar. O nome soava pesado. Kaew. Sua mãe sempre mencionara essa mulher com um tom ambíguo — entre respeito, medo e ressentimento. E agora, finalmente, ele estava a minu