O silêncio na sala era quase sagrado. O som abafado da chuva do lado de fora misturava-se ao tic-tac do antigo relógio de parede, marcando o tempo com uma precisão impiedosa. Pravat e Bela estavam sentados diante de Arun, que observava os dois com a serenidade de quem já havia visto muito mais do que poderia ser dito em palavras. Seu rosto carregava rugas profundas, não apenas de idade, mas de segredos guardados por décadas.
— Vocês querem saber sobre o verdadeiro propósito da Silken? — Arun disse, por fim, sua voz rouca e firme. — Então precisam entender quem foi seu avô, Pravat. E por que tudo isso começou.
Pravat se inclinou para frente. Bela apertou a mão dele discretamente. Havia algo quase mítico na figura de Arun, algo que fazia com que cada palavra sua parecesse pesar mais do que qualquer documento encontrado até ali.
— Meu avô sempre foi uma figura distante para mim. — Pravat confessou. — Eu o via como o homem que construiu um império, mas nada além disso.
Arun assentiu.
— El