A mansão da família Silken, silenciosa como um túmulo, parecia agora mais viva do que nunca. Não por boas razões — mas porque cada parede, cada quadro antigo, cada corredor abafado parecia sussurrar segredos que há muito tempo imploravam para vir à tona.
Arun caminhava pela sala de estar como se pertencesse àquele lugar desde sempre. Apesar de ter sido apresentado como um “aliado de confiança” do tio de Pravat, sua postura era de alguém com um vínculo mais profundo. Seu olhar avaliava cada canto com uma atenção quase reverente, como se reconhecesse fragmentos de um passado enterrado.
Bela, ao lado de Pravat, não conseguia tirar os olhos dele. Havia algo de estranho em Arun — não apenas em sua aparência impecável ou no sotaque suavemente moldado, mas na forma como ele parecia saber demais, como se cada nova informação fosse apenas uma peça de um quebra-cabeça que ele já conhecia há muito tempo.
Pravat, ainda abalada pela tensão da noite anterior, foi direto:
— Quem é você realmente, Ar