O sol da manhã atravessava as cortinas do quarto como lâminas douradas, mas para Livia a luz parecia mais incômoda do que reconfortante. A cabeça latejava, e um gosto metálico insistia em permanecer na boca. Quando abriu os olhos, demorou alguns segundos para reconhecer o próprio corpo deitado, coberto por um lençol macio, ainda de lingerie. O ar frio do quarto fez sua pele se arrepiar.
Um movimento ao lado chamou sua atenção. Virou-se com esforço, e o choque veio em ondas: Arthur estava sentado na poltrona, inclinado para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos, como se tivesse passado a noite ali. Os olhos dele estavam vermelhos, não se sabia se de sono ou de preocupação.
— Arthur? — A voz dela saiu fraca, quase um sussurro. — O que… o que você está fazendo aqui?
Ele respirou fundo antes de responder, como se precisasse escolher as palavras.
— Eu vim assim que soube… — fez uma pausa, baixando o olhar. — O Leandro, CEO do Royal Marine Club, me ligou ontem à noite. Ele me contou