O quarto estava mergulhado em uma penumbra suave, iluminado apenas pela luz fraca que vinha da varanda. O som distante do mar era quase hipnótico, mas para Livia cada segundo se tornava mais confuso. Sentia o corpo pesado, como se estivesse mergulhada em areia movediça, e cada tentativa de comando mental falhava miseravelmente.
Rafael encostou a porta atras de si, sem o menor cuidado em se certificar de que havia fechado a porta corretamente. Ele a conduziu até a cama, apoiando-a com uma delicadeza que soava falsa, como um predador que cuida da presa apenas para que ela não escape antes da hora.
— Você precisa descansar — disse, a voz baixa, quase um sussurro.
Livia queria dizer “não”, queria perguntar o que estava acontecendo, mas a boca não obedecia. Sentia-se aprisionada dentro do próprio corpo. Rafael a acomodou na beirada da cama e, sem hesitar, começou a soltar o zíper de seu vestido.
O som do tecido deslizando foi como um alarme silencioso para ela. Queria empurrá-lo, grita