O relógio de parede marcava quase sete e meia da noite. A empresa já estava silenciosa, com apenas algumas luzes acesas em setores mais afastados. O tic-tac parecia ressoar dentro da cabeça de Lívia, que estava concentrada diante do computador, revisando pela enésima vez os últimos ajustes da campanha.
A tela refletia seu semblante cansado, mas obstinado. Ela sabia que aquele trabalho não era apenas um projeto: era sua chance de provar seu valor, de mostrar que merecia estar ali, que sua voz tinha peso. Cada detalhe, cada cor e cada frase precisava transmitir exatamente a essência que ela havia imaginado.
O som de passos no corredor a fez erguer os olhos. Logo a porta da sala se abriu, revelando Arthur. Ele encostou no batente com um sorriso discreto, como quem já previa encontrá-la naquela situação.
— Eu sabia que você ia ficar até tarde — disse, cruzando os braços.
Lívia suspirou, afastando-se levemente do monitor.
— Só estou finalizando os últimos ajustes. Preciso garantir que