37. Amada por Ele
Sophie Williams Volkova
Era meu aniversário de sete anos. A casa estava silenciosa — grande demais para mim, vazia demais para o que aquele dia deveria significar. Não havia balões, nem bolo, nem um “parabéns” sequer. Nenhum sinal dos meus pais. Apenas o som dos meus próprios passos ecoando pelos corredores.
Cheguei da escola com uma esperança boba no peito. Talvez este ano fosse diferente. Talvez mamãe tivesse mandado fazer um bolo de morango. Talvez papai tivesse me comprado um daqueles cadernos de desenho que eu vira na vitrine da papelaria.
Mas não.
Era só mais um dia comum. Mais um dia de invisibilidade.
O silêncio tomava conta da casa, tão grande e fria quanto nos anos anteriores. Subi as escadas devagar, sentindo o peso do vazio me esmagar. Quando estava prestes a me trancar no quarto, ouvi passos leves atrás de mim.
Virei.
Era Jhon, o mordomo, parado à beira da sala de estar com um olhar cuidadoso.
— Senhorita Sophie... o almoço está servido — disse, com a voz g