26. Lembranças Enterradas
Quando abro os olhos novamente, percebo que adormeci com ela entre os braços. Os primeiros raios de sol atravessam a janela, iluminando o quarto — e o seu corpo. Suas mechas loiras cobrem o travesseiro... e o meu braço.
Ela se remexe, e aproveito o movimento para me levantar rapidamente. Sei que não gostaria de me ver aqui — se sentiria exposta, vulnerável, ao perceber que presenciei um instante seu de fragilidade em meio a um pesadelo.
Entro no banheiro, faço minha higiene e sigo até o closet. Quando retorno, ela já está acordada, sentada na cama. Seu olhar ainda sonolento encontra o meu, e seu rosto cora ao me ver apenas com uma toalha enrolada na cintura.
— Bom dia — murmuro, atraindo seus olhos diretamente para os meus.
— Bom dia, Mikhail — ela responde baixinho.
— Vou me trocar e já desço, assim você fica à vontade — digo, entrando no closet, onde visto meu terno e aplico o perfume. — Pode se arrumar com calma. Vamos tomar café com a minha família. Seus pais já vão embora hoje.
E