25. Não Sou Um Monstro
Mikhail Volkov
Depois das fotos e do jantar, nos despedimos dos convidados e fomos para a minha mansão — que agora também é dela.
Essa frase ainda soa estranha. Desconfortável.
Não porque eu a rejeite, mas porque me sinto como se estivesse fazendo algo errado.
Há uma delicadeza em Sophie que o meu mundo não conhece. E talvez por isso tudo pareça... instável.
O silêncio entre nós é quase sólido — pesado, carregado de tensão.
Ela entra na casa sem me olhar. Os passos são contidos, calculados. A respiração, presa no peito, como se ela lutasse para manter o controle. Como se estivesse com medo do que virá.
Fecho a porta atrás de nós. A casa parece maior do que realmente é, e o som dos nossos passos ecoa pelos corredores.
Sophie sobe lentamente os degraus da escada. Eu a sigo, em silêncio.
Quando ela chega à suíte principal, hesita por um instante.
Então empurra a porta e entra. Está escuro. Apenas a luz tênue da cidade invade o cômodo pelas janelas altas. Ela para no meio do quarto, indec