Ponto de vista: Enzo
O cheiro de pólvora ainda pairava no ar quando ouvi o motor. O ronco inconfundível do Dodge Charger preto cortando a madrugada como um trovão particular.
Luca.
A porta dos fundos do galpão rangeu com violência, e segundos depois ele apareceu entre as sombras. Camisa preta colada ao corpo, arma em punho, o olhar como lâminas afiadas.
— Quantos? — perguntou, sem perder o ritmo dos passos.
— Três. Dois caídos. Um escondido. — apontei para a escada enferrujada no fundo do galpão.
Luca me passou, os ombros tensos, os olhos varrendo o ambiente como se fossem faróis. O homem lá em cima, o último deles, começou a correr ao ouvir o eco das botas de Luca subindo os degraus.
Eu o segui.
— Não temos tempo pra perseguição. — murmurei, sacando a segunda pistola.
Luca assentiu e aumentou o ritmo. A escada balançava sob o peso de ambos, mas nada nele vacilava. O sangue ainda devia escorrer sob as bandagens que ele não deixava ninguém tocar. Mas agora, o cheiro de perigo o mantinh