Capítulo 21

Ponto de vista: Enzo

O sedã preto dobrou uma esquina com pressa disfarçada, mas eu não era iniciante. Sabia ler um carro como um atirador lê o fôlego antes do disparo.

Estavam tentando me despistar.

A moto ronronava debaixo de mim como uma pantera prestes a cravar os dentes. Mantive distância, dois carros entre nós, os olhos nas placas sujas, nas setas não usadas, nas hesitações nos cruzamentos.

Era gente treinada.

Mas não como eu.

Liguei o comunicador interno, disfarçado sob o capacete.

— Chefe, estão em movimento. Indo em direção à zona industrial do setor leste.

A resposta veio em segundos, carregada de gelo.

— Entenda quem são. Se puder seguir, siga. Se tentarem algo, derrube.

Simples. Como sempre.

Mas não era tão simples assim.

Porque eu reconhecia o símbolo tatuado na nuca do passageiro quando ele desceu na última parada do farol. Um dragão devorando a própria cauda.

A marca da Guangue de Reiko Sun.

Não se ouvia o nome dele em voz alta desde que Luca o executou um dos homens com
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