Ponto de vista: Enzo
A chuva da madrugada ainda escorria pelos cantos das calçadas quando estacionei o carro a dois quarteirões da entrada principal do campus.
A missão era simples: observar, proteger e não ser visto.
Sara entrou no prédio da universidade às sete e quarenta e cinco da manhã. Pontual. Jaqueta jeans, calça preta, rabo de cavalo frouxo e fones de ouvido. Não dava para saber se estava escutando música ou só tentando se desconectar do mundo.
Não a culpo.
Desde o dia em que a encontramos com Luca sangrando no tapete da sala dela, as coisas mudaram. Para todos nós. Mas especialmente para ela.
Eu a vi tentando seguir a vida como se nada tivesse acontecido. Mas há um olhar que não se disfarça: o de alguém que sabe que a qualquer momento pode virar alvo.
Fiquei no carro por um tempo, com os olhos nas câmeras do tablet que instalei dois dias antes. Três pontos estratégicos — entrada principal, saída dos fundos e estacionamento interno.
O campus parecia tranquilo.
Mas eu já apren