O vilarejo de Orvalen, outrora coberto por névoas e ameaças silenciosas, agora era banhado por uma luz suave. A manhã chegou como uma benção. Pela primeira vez em meses, o ar estava leve, sem aquele peso oculto que prendia os corações dos moradores. Ainda havia destruição, claro — casas em ruínas, campos ressecados pela magia negra —, mas agora, tudo parecia... vivo. Com potencial. Com esperança.
Aedan caminhava entre os aldeões com Elena ao seu lado. As pessoas se aproximavam, tocavam suas mãos, agradeciam com lágrimas, outras simplesmente observavam, em silêncio reverente. Ele nunca se sentira confortável com reverência. Ainda era um guerreiro, um homem em conflito com o peso da herança que carregava. Mas agora, não era só o herdeiro de linhagens antigas. Era o símbolo de algo novo.
— Eles te veem como um salvador — disse Elena, encostando a cabeça no ombro dele.
— Eu não sou um — murmurou. — Nós todos lutamos. E quase não voltamos.
Ela sorriu, sem desviar os olhos do povo. — Talve