As noites estavam mais quentes em Orvalen. Era como se o próprio mundo respondesse à nova era que se erguia lentamente entre as cinzas do passado. As fogueiras do vilarejo, antes usadas para manter criaturas afastadas, agora serviam para aquecer corpos e corações durante as celebrações. Era um tempo de reconstrução. De descoberta.
Aedan observava os jovens treinando sob orientação de Kaela. Eram aprendizes, filhos de aldeões, curiosos e determinados. Não seriam soldados, mas guardiões do conhecimento e da paz. Os gritos animados de treino e as risadas esporádicas lhe traziam uma estranha alegria — como se parte dele, endurecida pelas batalhas, começasse a se amolecer novamente.
— Eles se saem bem — comentou Elena, aproximando-se com uma bandeja de frutas silvestres. — Kaela os adora, mesmo quando finge o contrário.
Aedan riu. — Ela está mais paciente do que pensei possível. Talvez um pouco de esperança faça milagres.
Sentaram-se sobre um tronco esculpido e compartilharam as frutas. A