O caminho de volta pela floresta parecia mais longo do que a ida. Aedan caminhava em silêncio, seus pensamentos girando em torno das visões que tivera ao tocar a Chama de Sangue. As imagens ainda queimavam na mente como brasas vivas: Elena envolta em sombras, Kaela tombando em uma clareira, um inimigo que ele ainda não conhecia, mas cuja presença havia sentido profundamente. Aquilo não fora apenas um aviso — fora um destino possível.
— Você está calado demais — disse Elena, quebrando o silêncio com delicadeza. — Desde que saímos da caverna, parece que carrega o peso de uma montanha.
Aedan parou, olhando para o céu que se escondia entre as copas das árvores. Um nevoeiro espesso começava a surgir, cobrindo o chão com uma bruma gélida.
— Porque vi coisas que ainda não consigo entender completamente — respondeu ele. — E todas tinham algo em comum: dor.
Kaela se aproximou, arqueando uma sobrancelha.
— E você acha que fugir da dor nos salvará? Nossas vidas sempre foram cercadas por perdas.