Aedan sempre soubera que o passado, um dia, viria cobrar seu preço. Mas não esperava que fosse pelas mãos de Elena.
Do alto da Torre Sombria, ele observava as brumas girarem sobre os campos. Os olhos vermelhos ardiam com a lembrança da cripta violada, das estátuas despertas por mãos que não tinham o direito de tocá-las. Ela estivera lá. Sentira. Vira.
E com isso, se tornava mais perigosa do que qualquer exército.
— Ela encontrou o medalhão — disse Ardyn, seu segundo em comando, uma criatura deformada entre o lobo e a sombra. — E as visões devem tê-la mostrado tudo.
— Não tudo — murmurou Aedan. — Só o suficiente para despertar dúvida… e esperança.
Ardyn rosnou.
— Ela busca salvá-lo, meu senhor. Tolo seria se não a eliminasse antes que seu coração enfraquecesse sua lâmina.
Mas Aedan não respondeu. Em sua mão, girava o medalhão de Selene. Mesmo agora, o toque dele ainda causava um calor antigo em sua pele, como um último fio de humanidade tentando gritar através da muralha que ele ergueu