O relógio marcava pouco depois das três da manhã quando Ana apareceu no corredor com os olhos cansados e uma prancheta na mão.
— Marina, consegue me ajudar na ala dos residentes mais frágeis? A medicação da madrugada começou agora, e o Carlos não apareceu pro turno.
— Claro — respondi, já me levantando do banco próximo à copa. — Deixa comigo.
Caminhamos juntas pelos corredores abafados, com as luzes reduzidas lançando sombras suaves nas paredes. O asilo, nesse horário, parecia outro lugar — mais silencioso, mais íntimo, quase como se respirasse com outro ritmo.
A primeira parada foi no quarto de Dona Ivone, que dormia profundamente. Apenas