Foi por um pouco de café. Tinha uma forte enxaqueca que não parecia disposta a ceder; ao contrário, a cada minuto sentia como a dor se cravava mais fundo em suas têmporas, como pequenas agulhas incandescentes. O ar do hospital cheirava a antisséptico, frio e impessoal, mas ela já estava acostumada. Já haviam passado três dias desde que Gabrielle foi internada de emergência.
— Senhora Lombardi, a moça já está estável. O médico pediu para eu ligar para a senhora — disse uma jovem enfermeira, de expressão amável, porém cansada, enquanto segurava uma prancheta contra o peito. Sem esperar resposta, virou-se e desapareceu atrás da porta branca.
Sofia tomou o último gole da bebida fumegante. O café queimou sua garganta, mas ela precisava de algo real, algo que a mantivesse acordada. Depois, jogou o copo no lixo com um movimento mecânico. Nesse momento, seu celular começou a tocar insistentemente dentro da bolsa. Ela reconheceu na hora: Brenda, sua representante.