O aroma de lençóis aquecidos e pele satisfeita pairava no quarto escurecido. A luz da aurora mal tocava as cortinas quando Ares despertou, o corpo ainda colado ao de Clarice como se o mundo lá fora não tivesse coragem de separar os dois.
Ela dormia de lado, o cabelo espalhado como um véu dourado sobre o travesseiro. Ares passou a mão devagar por sua cintura nua, os dedos traçando o caminho da curva de suas costas até os quadris. Seu peito se expandia devagar, calmo, seguro. Pela primeira vez em muito tempo, Clarice parecia em paz. E aquilo o destruía por dentro.
— Você está acordado… — a voz dela veio baixa, um sussurro rouco de sono e prazer.
— Estaria mesmo se estivesse morto. — ele sorriu, a boca próxima à nuca dela. — O jeito que você dorme, Clarice… é como se o mundo fosse teu. E eu… teu súdito.
Clarice se virou, os olhos encontrando os dele, calmos, mas alertas. O sorriso que nasceu nos lábios dela tinha veneno e doçura.
— Você não precisa se preocupar comigo hoje, Ares.
— Preci