As tochas foram acesas ao redor da arena e projetavam sombras longas sobre a terra batida, tingindo o ar com o perfume denso de óleo queimado e expectativa. O céu acima era um manto em transição: o azul começava a dar lugar ao púrpura profundo, e uma brisa fria cortava o calor acumulado do dia.
A arquibancada estava tomada. Nenhum guerreiro havia ficado em casa — nem mesmo os mais feridos. Todos sabiam que aquela noite decidiria quem enfrentaria a comandante Clear de Arkhadia na final. E por mais que a matilha fingisse neutralidade, pairava no ar um desejo coletivo de ver o embate que muitos temiam: Saphira contra Clear.
Sorin foi o primeiro a surgir, caminhando até o centro com passos firmes, o rosto sério. Os ombros estavam enfaixados e havia um curativo em sua têmpora, mas a postura permanecia ereta, como se recusasse qualquer sinal de fragilidade.
Logo depois, os murmúrios ganharam volume.
Saphira adentrou a arena. Seus cabelos presos em um rabo de cavalo alto, reluzia sob o fogo