A lua estava alta, prateada e plena, derramando sua luz sobre os telhados de pedra negra da vila Thunderwoof. As chamas das fogueiras ainda dançavam, mas a música havia diminuído. Restavam apenas os risos dispersos, o tilintar ocasional de taças e o som distante do vento carregando folhas secas pelo chão de terra batida.
Claer caminhava sozinha.
O vestido escuro esvoaçava em suas coxas como seda selvagem, as fendas laterais revelando breves relances de pele sob a luz difusa das tochas. Ela havia tirado os braceletes de batalha, mas ainda usava as botas de couro ajustadas. Seus olhos estavam fixos no céu, e seu coração... inquieto.
O laço pulsava em sua pele. Fraco, mas constante. Como uma nota de música que não saía da cabeça.
Ela virou à direita, buscando silêncio nos arredores da antiga torre que marcava o limite da vila. Um lugar isolado. Um ponto cego da movimentação. Queria espaço para respirar.
— Você sempre foge depois das vitórias? — veio a voz rouca, grave, cortando o ar.
Cla