Capítulo 47

O sol nascera preguiçoso naquela manhã, pintando o céu com tons de âmbar e ouro. O anúncio veio cedo, ecoando pelos corredores do castelo: um dia de descanso concedido pelo rei, em homenagem à bravura das matilhas no primeiro ciclo de provas.

Claer ouviu o toque dos sinos com um suspiro silencioso. A guerra interior contra o laço que pulsava em suas veias ainda não dava trégua, mas o pensamento de andar entre as feiras da cidade... era, no mínimo, libertador.

— Vamos até o vilarejo? — sugeriu Nara, já animada. Ouvi dizer que os humanos fazem doces incríveis com frutas flamejantes e vinho escuro.

Claer sorriu com os lábios, o rosto ainda marcado por uma expressão controlada.

Ashen apareceu logo depois, com aquele ar preguiçoso e perigoso que sempre carregava.

— Se Claer for, vou também. Um dia sem treino é um bom dia.

— Você só quer me ver experimentando frutas com gosto estranho, retrucou ela, com um olhar de canto.

— Exatamente. Ele piscou.

Ao longe, Ares observava. Em silêncio. D
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