O vento cortava as planícies da Fronteira como navalhas silenciosas naquela manhã.
Ashen treinava em silêncio, os movimentos meticulosos, firmes, como se cada golpe no ar fosse parte de uma oração esquecida.
Foi quando sentiu.
A águia de olhos dourados pousou em seu ombro com precisão impecável. Nas garras, um pergaminho selado com o brasão de Thunderwoof.
Ashen reconheceu a cera. O símbolo do Alfa.
Mas mais do que isso... reconheceu o traço firme de Clarice na escolha das palavras.
Desenrolou o pergaminho com um movimento tenso.
Leu em silêncio.
E quando terminou, seus olhos brilharam — não de medo, mas de algo ancestral.
De promessa.
— Ela nos chama... — murmurou, quase sem voz. — Clear precisa de nós, Lira.
Lira interrompeu o arco que testava e virou-se devagar. O nome fez eco dentro dela como um feitiço antigo.
— Ela sempre foi feita para isso... — disse Lira, aproximando-se, os olhos dourados enevoados pela lembrança. — Mas eu... eu sabia que esse dia chegaria.
Ashen a observou e