Ella Westbrook sempre lutou para manter sua família unida. Com um pai gravemente doente e as contas do hospital acumulando mais rápido do que ela consegue pagar, a jovem se vê obrigada a aceitar um trabalho noturno em um bar de cidade pequena. É perigoso, especialmente para alguém como ela, uma garota simples e sem ninguém para defendê-la. Mas a necessidade é maior que o medo. Ella não espera que uma noite normal de trabalho mude sua vida para sempre. Depois de uma situação ameaçadora no bar, ela é salva por um estranho de presença marcante. Ethan Silvershadow é alto, sombrio, e tem uma intensidade que a deixa desconcertada, mas ele carrega algo além do que Ella poderia entender. Suas garras afiadas para proteger e o olhar penetrante escondem uma verdade: ele é um alfa exilado, com um passado misterioso e uma perseguição mortal em seu encalço. Ao se cruzarem novamente, Ethan faz uma oferta que parece boa demais para ser verdade — um contrato para acompanhá-lo em sua jornada de fuga, com a promessa de que ela nunca mais terá que se preocupar com as contas. Mas Ethan não é um homem comum, e o mundo dele é mais sombrio e perigoso do que Ella jamais imaginou. Agora, envolvida em uma teia de segredos e caçada por inimigos de Ethan, Ella descobre que seu salvador é um alfa predestinado... e que o preço dessa escolha pode ser mais alto do que ela poderia imaginar.
Ler mais(Ethan)Foram dias até que eu recebesse uma ligação de Bryce. Ele me levou para uma cidade vizinha para que eu pudesse falar com Ella de maneira segura. O som do mar batia ritmado contra o casco do navio enquanto eu esperava. Bryce conectava os cabos com precisão quase irritante, murmurando códigos que pareciam feitiços.— Está pronto? — perguntei, incapaz de disfarçar a urgência na minha voz.Ele assentiu. — É agora ou nunca. Temos dez minutos antes que o sinal possa ser rastreado.Engoli em seco. Minhas mãos suavam. Fazia dias. Dias longos sem ouvir sua voz, sem sentir seu cheiro. A saudade me devorava por dentro como uma fera presa.A tela tremulou. Um chiado. Depois, uma voz. Fraca, mas inconfundível.— Alô?Meu coração quase parou. — Ella?Silêncio. Depois, uma respiração presa. Um soluço.— Ethan? Ethan, é você mesmo?Fechei os olhos e respirei fundo, tentando conter a emoção que me sufocava. — Sou eu, minha pequena lua.Ela chorou. E ao ouvir aquele som, tudo dentro de mim que
(Ella)A pele dele estava sobre meu colo. Eu a levei escondida, sem saber se Ethan tinha notado. Mas, sinceramente, não me importava. Eu precisava dela… do cheiro dele… de qualquer coisa que me fizesse sentir um pouco menos longe. Segurava com uma das mãos o colar que ele me deu, os dedos apertando com força como se isso me fizesse sentir mais firme.A aflição não era sobre para onde estávamos indo. Era por ele. Por Ethan. Pelos olhos que deixei pra trás. Pela forma como ele me olhou pela última vez. Como ele segurou minha cintura e encostou a testa na minha. Ele estava quebrado. E eu também.— Está com frio, minha Luna? — Liora perguntou, com cuidado.— Não. Só… estou meio enjoada de novo. — murmurei. — Não estamos chegando ainda?— Bryce disse que estamos quase lá. — ela respondeu com a voz baixa. — Mas o engraçado é que estamos aqui muitas horas e está me batendo um sono. — digo já sonolenta.E então, antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, vi o nevoeiro. Espesso e silenc
(Ethan)Os dias passaram como um borrão. E quando percebi, Bryce já estava aqui para buscar Ella.Eu colocava as últimas coisas dela no carro, enquanto ele me ajudava em silêncio. A cada bolsa guardada, parecia que eu empacotava um pedaço do meu coração.— O lugar pra onde vamos não tem sinal de celular — ele comentou, sem rodeios.Minha testa franziu na hora. Aquilo me incomodou. Um mundo sem notícias dela?— Mas tenho certeza que Dominique vai arrumar um jeito pra vocês se falarem — ele completou, percebendo minha expressão. — Ela é muito boa nisso.Assenti, tentando parecer mais calmo do que realmente estava. Meus olhos, no entanto, estavam nela.Ella se despedia das pessoas próximas. Recebia abraços, sorrisos, conselhos. Dália também se preparava para partir. Ela ficaria com um grupo de ômegas exilados de confiança, fora de comunidades organizadas, mas vivendo com conforto e segurança. Lá, poderia ter seu parto longe dos riscos e das sombras que ainda pairavam sobre nós.Ella fina
(Ella)No dia seguinte, acordei mais tranquila. Algo dentro de mim dizia que as coisas iam se ajeitar, que estávamos no caminho certo. Ethan conversou muito comigo e abriu seu coração de um jeito que me desmontou por dentro. Ele também estava lidando com tudo isso, tentando ser forte por mim, por nós… e por nosso filho.Os olhos dele sobre mim… meu Deus. Era como se ele me enxergasse de verdade. Sem filtros, sem medo. Era amor puro, cru. Real. Nada no mundo poderia tirar aquilo de nós. Eu estava tão feliz. Feliz de saber que ele cuidou de tudo, inclusive da ida do meu pai. Papai estava ótimo, disse que o lugar era tranquilo, perto da praia, e que seria bom pra ele recomeçar. Ele me ligava quase todo dia, preocupado e ao mesmo tempo animado. E eu… eu me sentia mais leve.As coisas iam melhorar. Eu queria acreditar nisso. Queria que papai voltasse antes do nosso filho nascer. Queria que ele estivesse aqui nesse momento, pra ver o quanto as coisas estavam mudando. E além de tudo aquilo,
(Ethan)Ella estava deitada ao meu lado, completamente inconsciente. Não de exaustão... mas de prazer.O tipo de prazer que não se explica com palavras.O tipo de prazer que eu jamais imaginei proporcionar a alguém — muito menos na forma do meu lobo.Meus pelos aqueciam o corpo nu e sensível dela, que respirava de maneira lenta, como se ainda estivesse presa no sonho selvagem que compartilhamos. Nossos corações batiam em sincronia. Calmos. Unidos.Eu não me movi. Não queria quebrar aquele momento. Porque, apesar da intensidade, do instinto bruto, do nó... havia algo profundamente sagrado naquela união.A forma como meu lobo se conteve... como ele se entregou por completo... Era contra a natureza dele. Contra tudo que somos. Mas pelo amor que sentimos por Ella, ele escolheu proteger. Escolheu ser gentil. E ainda assim foi a coisa mais sensual que já fizemos.E quando ela não estiver mais grávida...Quando eu não precisar conter o lado mais animal, mais brutal... Meu lobo vai tomar o qu
(Ella)Eu sentia.Sentia que ele estava no limite.Pronto pra ceder.E o mais delicioso disso era saber que ele o faria por mim.A forma como Ethan se entregava, como me olhava com os olhos escuros de desejo, era um contraste brutal com o homem controlado que ele sempre foi. O alfa. O exilado. O predador.Naquela noite... ele se tornou meu. Do jeito que eu quisesse. Submisso. Pronto pra obedecer.E eu?Eu estava disposta.Mais do que isso.Estava faminta.Queria fazer as pazes da forma mais carnal possível — e só depois, conversar.Me levantei, com os cabelos caindo pelos ombros, sentindo a pele quente do nosso toque anterior. Estendi a mão pra ele, firme.— Me leva pra fora.Ele me encarou, confuso.— O quê? Agora?— Agora — murmurei, com um sorriso nos lábios. — Confia em mim e me obedeça.Sem dizer uma palavra, ele se levantou. Estava tão bonito... o peito nu, marcado por cicatrizes, e os olhos brilhando com aquela coloração azul profunda que, aos poucos, ia escurecendo.Eu conheci
(Ethan)Voltei pra casa no fim da noite, exausto. Meus passos me levaram até a cabana que estávamos usando antes da mudança oficial. Havia algo reconfortante naquele lugar, mas assim que abri a porta, percebi que algo estava errado.Estava quieto demais.Não havia cheiro de comida no ar, nem vozes, nem passos apressados. Nenhuma bruxa, nenhum lobo. E, principalmente, nenhum sinal de Ella.Fechei a porta devagar atrás de mim, franzindo o cenho. Eu sabia que tinha passado o dia fora, mas... todos tinham sumido? Não era nenhuma data especial, ou era, e eu tinha esquecido? Minha cabeça andava tão cheia que já não confiava nem na minha memória.Ella.Meu peito apertou.Eu não sentia o cheiro dela ali. Nenhum traço recente.Pensei o pior — que ela tivesse ido embora, fugido, me deixado. Talvez por raiva, por impulso, por mágoa...Me joguei no sofá da sala e passei as mãos nos cabelos, frustrado, sem saber o que fazer. Tudo nela era um caos dentro de mim. Um caos que eu aceitava de bom grado
(Ethan)Eu não dormi naquela noite.Fiquei virando de um lado para o outro na cama, os lençóis frios e o vazio ao meu lado só reforçavam o quanto tudo parecia errado. Eu estava ao quarto ao lado do dela. Porém, minha cabeça girava, cheia de pensamentos sobre Ella, sobre tudo que eu fiz — e deixei de fazer.Eu reconheço meus erros. Errei feio com Ella. Escondi verdades, segredos, situações que eu achei que estivesse protegendo ela, quando na verdade só a afastei. E agora… tudo o que eu queria era ter uma segunda chance. Uma única oportunidade de mostrar que posso ser melhor. Que vou ser melhor.Mas eu não sabia o que se passava na cabeça dela. E isso me deixava louco.A ansiedade no meu peito era como uma corrente me apertando por dentro, me prendendo no próprio arrependimento. Eu via como os olhares ao meu redor mudaram. Não por medo do alfa, mas por verem minha vulnerabilidade. Por enxergarem meu medo.E sim, eu estava com medo.Não da guerra, não de Lucian, nem de qualquer inimigo.
(Ella) Eu sei que o fuzilei com os olhos. Sei exatamente o impacto que minhas palavras tiveram. Senti a fúria dele atravessar o ar como uma tempestade prestes a desabar. Mas eu não podia ficar quieta. Não podia só acenar com a cabeça enquanto ele decidia tudo por mim, como se eu fosse apenas uma espectadora da minha própria vida. E mais do que isso... eu precisava de tempo. Tempo pra digerir, pra entender, pra respirar. Liora já estava no quarto, recolhendo algumas coisas, empilhando-as em cima da cama como quem queria fazer tudo com cuidado. Eu fiquei ali, deitada, abraçada a um travesseiro. Ele abafava um pouco da minha frustração, mas não era o suficiente pra calar o burburinho dentro de mim. — Você e o alfa estão brigados? — ela perguntou, a voz suave como sempre. — Pode-se dizer que sim — resmunguei, apertando o travesseiro contra o rosto. — Ele não quis saber se eu queria ir ou não... Minha voz morreu no final. Era difícil admitir aquilo. Que doía. Que parecia injus