O Fôlego Ardente da Montanha
A escuridão da caverna não era apenas ausência de luz. Era espessa. Viva. Respirava por entre os sulcos das paredes como se observasse cada passo do grupo — e julgasse.
Clarice ia à frente, os olhos fixos no corredor escamado. A cada metro avançado, o calor aumentava. Era um calor que não queimava a pele, mas espreitava por dentro, como se testasse a resistência da alma.
Ao seu lado, Vel Faris murmurava palavras ancestrais, mantendo uma linha sutil de magia ativa para conter as pressões espirituais que começavam a se acumular. Selene Dourada, atrás, mantinha a ponta do cajado acesa com uma chama prata, suficiente apenas para delinear silhuetas sem perturbar a câmara do selo.
Lyanna, você sente isso?
Sim. Estamos perto. Mas há algo… torcido. Como se a pedra chorasse por dentro.
Mais à frente, um clarão alaranjado pulsava, intermitente. Como a respiração de algo adormecido.
Atrim ergueu o bastão com força quando um estrondo ecoou sobre suas cabeças. Partícul