A trilha das Serpentes Silenciosas
O entardecer recuava, engolido por um crepúsculo denso quando o grupo deixou Thunderwoof para trás. A matilha inteira parecia conter a respiração, como se cada coração conhecesse — ainda que sem palavras — a gravidade daquela partida.
Clarice seguia na dianteira. Não usava mais as vestes negras de comandante, mas um manto de viagem que unia as duas faces de si mesma: o azul-profundo de Arkhadia costurado ao prata lunar da velha linhagem. Na cintura, a adaga de prata-celeste que Kaelen lhe confiara; nos ombros, o peso invisível de séculos esquecidos.
Ao lado dela, Ares avançava em passo firme, Grendor pulsando sob a pele. Nem um só guerreiro deixou de notar como os movimentos dele se sincronizavam com os dela — um compasso silencioso, como se o lobo já marcasse a cadência daquela marcha desde sempre.
Atrás, os três Guardiões Espirituais caminhavam em formação triangular. A guardiã de cabelos alvos — Selene Dourada — entoava orações num dialeto tão ant