Capítulo 08

Enquanto a noite avançava, os lobos do norte bebiam e riam, e as conversas paralelas preenchiam o salão.

Dois jovens guerreiros de Durnwarth, sentados à minha esquerda, cochichavam.

— Ele recusou a filha do Alfa…

— Ou é louco, ou já tem outra.

— Aposto que tem. Deve ter uma loba

escondida em cada canto de Thunderwoof.

— Ou talvez... não goste de lobas. — riram.

Ignorei.

Não valia a pena responder.

Kaelen me lançou um olhar discreto, buscando aprovação para encerrar a noite. Assenti.

Levantamo-nos após mais uma rodada de vinho e trocas diplomáticas. A comitiva nos seguiu até os aposentos preparados para nós.

Fechado no quarto, o som abafado do banquete continuava ecoando pelas paredes grossas.

Mas minha cabeça... já estava em outro lugar.

Grendor permaneceu em silêncio a noite inteira.

Mas agora, estava acordado. Inquieto.

*** Humano idiota, tenho uma pergunta. Ele disse e revirei os olhos com o apelido que lê me deu, ah e covarde de merda também.

*** Pergunta então, não posso simplesmente calar sua boca.

Ele me ignorou e perguntou.

*** Porque ela não veio até nós quando o cheiro nos atingiu?

Não sabia o que responder, mas também fiquei intrigado.

*** Não sei, e agradeço, se ela está na minha matilha significa que m conhece, talvez ela tenha um ponto pois em qualquer lugar que vá do reino, fêmeas querem ser lunas a todos custo, não vê Saphira.

Ele rosnou.

*** Saphira é uma cadela sem berço.

Olhei para fora da janela vendi a neve que acumulava do lado de fora.

*** Talvez ela tenha honra e não seja como as outras fêmeas, ela sabe que o destino pode estar a emparelhando com um grande Alfa.

*** Cale Grendor, ela é só mais uma que quer poder e pode estar jogando um jogo de esconde- esconde onde acha que pode me enganar, sou Ares Onderwood fui forjado e não serei engando por uma fêmea sem valor.

Fechei os olhos e respirei fundo.

O vinho já não aquecia.

Só ardia.

A noite caiu sobre Durnwarth como um véu pesado.

O silêncio nos arredores da fortaleza parecia mais denso do que o normal.

E mesmo depois do vinho, mesmo depois de apagar todas as velas e de afundar o rosto no travesseiro, o sono não trouxe paz.

Trouxe... ela. Maldição, Flores silvestres e orvalho da manhã, minha mente vagava em pensamento, mas o que não sabia era que era somente um sonho brutal que estava sentindo.

Envolveu meus sentidos como névoa em campo de batalha. Eu não a via, mas sentia sua presença, como uma corrente quente deslizando por minha pele.

Ouvi passos...

Leves. Descalços.

A terra respondia a eles com reverência.

Meus olhos se abriram em meio à escuridão do que parecia ser a clareira da antiga floresta da minha infância. Mas eu não estava sozinho.

— "Quem está aí?" — minha voz soou rouca, mas serena.

Nenhuma resposta.

Apenas o sussurro do vento... e a respiração dela ecoava na escuridão da minha mente.

Minhas mãos estavam suadas. Meu coração batia tão rápido que doía no peito.

Grendor dentro de mim, rosnava baixo, como se lutasse entre o desejo e o medo.

E então a vi.

Sombras e luz se misturavam ao seu redor. Seus cabelos longos, impossíveis de distinguir a cor, dançavam como se fossem vivos. Ela estava nua, mas não havia vulgaridade nela — apenas a beleza crua de algo que pertencia à natureza... e a mim.

Minha companheira.

Mesmo sem conhecê-la.

Mesmo sem saber seu nome.

Era ela.

Seus olhos — que eu não conseguia focalizar — se cravaram em mim com uma dor antiga. Como se ela me conhecesse de antes do mundo.

Ela se aproximou.

— “Por que você me evita, Alfa?” — sua voz era um sussurro de tempestade.

— “Eu... eu não sei quem você é.”

— “Mas seu lobo sabe.”

— “Então por que você não vem até mim?” — perguntei, com um nó na garganta.

— “Talvez eu esteja mais perto do que imagina.” — ela sorriu.

Seu toque foi como fogo em brasa sobre minha pele. Minha respiração falhou.

Ela passou os dedos pelo meu peito, pelo meu pescoço, subindo até os cabelos.

E então me beijou.

O gosto dela era como vinho quente com mel e sangue.

Inesquecível. Fatal.

Minhas mãos encontraram sua cintura. Ela se encaixou contra meu corpo como se tivesse sido feita para ele.

Não havia lógica. Não havia pudor. Só havia instinto e destino.

Ela gemeu baixo, arfando contra meu pescoço.

Eu a deitei sob as folhas secas da floresta e, quando penetrei nela, um grito escapou — não dela, mas de Grendor, rugindo dentro de mim, tomado por prazer e desespero.

Era tão real...

O calor, os sons, o peso do corpo dela contra o meu...

Era mais real do que qualquer coisa que eu já sentira acordado.

— “Você me encontrará? Me deixará entrar no seu coração? — ela perguntou, ofegante.

— “ Não sei" — respondi, cravando os olhos no vazio.

Mas quando olhei de novo...

Ela já não estava lá.

A clareira escureceu, o chão desapareceu, e minha pele estava coberta de suor frio.

Acordei com um sobressalto.

Estava em Durnwarth, sozinho, nu, os lençóis enrolados ao redor do meu corpo, minha ereção dolorosa, como se eu tivesse realmente a tocado.

Grendor uivava dentro de mim.

Furioso. Frustrado.

— Onde ela está? — Foi só um sonho... — murmurei para mim mesmo. — Um maldito sonho.

Mas meu corpo dizia o contrário.

Minha alma dizia o contrário.

Me levantei e fui até a janela. A lua ainda brilhava, redonda e cruel.

O vento noturno soprava com aquele mesmo cheiro sutil que me perseguia desde Thunderwoof.

Ela está lá. Que merda a deusa está fazendo na minha vida, tenho dezoito anos e não quero uma companheira.

Maldição.

Maldita Deusa que muda o destino conforme suas necessidades infernais.

Poderia me deixar.

Poderia não me arrastar para essa loucura,.

Mas não, ela tem que fazer isso.

Olhei a lua e praguejei ao vento, ela não vai conseguir me enlouquecer, não vou deixar.

*** Você já está louco, covarde de merda. Grendor disse zombando de mim mais uma vez.

Essa noite será longa e desastrosa.

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