Clara Monteiro, uma escritora em ascensão, dedicou sua vida a criar histórias de amor intensas, mas nunca viveu uma paixão que refletisse as emoções que colocava em suas palavras. Tudo muda quando Miguel Duarte entra em sua vida – um homem misterioso, charmoso e irresistível, que parece ter saído diretamente das páginas de seus livros. O que começa como um encontro casual rapidamente se transforma em um jogo perigoso de sedução, onde Clara se vê dividida entre o desejo ardente por Miguel e a sensação de que ele esconde algo sombrio. Ao descobrir que Miguel está envolvido em um esquema internacional de negócios ilícitos, ela é forçada a escolher entre o amor e sua própria segurança. Com reviravoltas emocionantes e cenas intensas de paixão, Sedução Proibida explora os limites do desejo e os sacrifícios que fazemos em nome do amor. À medida que Clara e Miguel se aproximam, segredos do passado vêm à tona, ameaçando não apenas o futuro deles, mas também suas próprias vidas.
Ler maisO som da chuva batendo contra a vidraça preenchia o silêncio do pequeno café no centro da cidade. Clara ergueu o olhar do seu caderno de anotações quando a porta se abriu, trazendo uma rajada de vento frio e um homem de presença avassaladora. Ele era alto, com cabelos castanhos desordenados que combinavam com a barba rala. Os olhos, de um azul intenso, pareciam explorar cada canto do espaço antes de pousarem nela.
"Com licença," disse ele, a voz grave e carregada de uma confiança desarmante. "Este lugar está ocupado?" Clara engoliu em seco, percebendo que a mesa onde estava era a última vaga no café lotado. Com um aceno de cabeça, apontou para a cadeira à sua frente. Ele sorriu de lado e sentou-se, ajeitando o sobretudo molhado com movimentos precisos. "Obrigado," murmurou, antes de abrir um livro desgastado e começar a ler. Mas Clara não conseguia desviar os olhos dele. Algo no jeito como ele parecia alheio ao ambiente a intrigava. Ela tentava voltar ao seu trabalho, mas as palavras fugiam-lhe à mente sempre que o homem ajeitava o cabelo ou molhava os lábios. "Clara?" A voz dele, de repente, quebrou seus pensamentos. Ela piscou, surpresa. "Desculpe, como sabe meu nome?" Ele ergueu o livro que lia, revelando a capa. Era um dos romances que ela mesma havia escrito. "Sou um grande fã," confessou ele, inclinando-se levemente. "E há tempos queria conhecê-la." O coração de Clara disparou. Ela jamais esperaria que alguém como ele lesse seus livros, muito menos procurasse conhecê-la. Havia algo de proibido naquele encontro, algo que a fazia querer saber mais sobre aquele homem misterioso, mesmo quando a razão gritava para que fosse cautelosa. "Pode me chamar de Miguel," disse ele, estendendo a mão. E, naquele toque, Clara sentiu algo que há muito estava ausente em sua vida: desejo puro, avassalador. Clara recostou-se suavemente na cadeira, tentando recuperar o fôlego que, de repente, parecia escapar com facilidade absurda. As pontas dos dedos ainda formigavam por causa do aperto de mão firme, mas não desconfortável, de Miguel. O sorriso dele era disfarçado, como se soubesse o efeito que tinha sobre ela – e gostasse disso. “Então, Miguel,” ela começou, esforçando-se para manter a compostura. “O que exatamente em meus livros chamou sua atenção? Espero que não tenha sido apenas a capa.” Miguel riu baixo, e Clara sentiu o som percorrer seu corpo como um acorde bem afinado. Ele apoiou o cotovelo na mesa, inclinando-se um pouco mais para perto. “Você tem razão. As capas são interessantes, mas é o que está dentro que me fascina. Sua escrita tem... uma intensidade que ressoa. É cru, mas elegante. Parece que você conhece as partes mais sombrias das pessoas e não tem medo de explorá-las.” Clara piscou, surpresa com a profundidade da análise. “Você parece ter pensado bastante nisso”, provocou, tentando disfarçar o rubor que subia por seu rosto. “Está tentando me impressionar?” “Se eu disser que sim, estragaria a magia?” Ele arqueou uma sobrancelha, com um sorriso que era ao mesmo tempo despretensioso e perigosamente sedutor. Ela não conseguiu evitar uma risada. “Talvez. Ou talvez só confirme que você é bom nisso.” Miguel leu o livro novamente, tamborilando os dedos na capa como se refletisse sobre algo. “Mas me diga, Clara... Essas partes sombrias que você escreve, tão reais e viscerais... São puramente imaginação ou há algo mais?” Clara sentiu o estômago revirar, mas não de maneira desagradável. A pergunta era direta, quase íntima, mas de alguma forma não parecia invasiva. Miguel tinha uma habilidade peculiar de tornar o que poderia ser desconfortável em algo instigante. Ela inclinou-se para a cabeça, observando-o com olhos curiosos. “Você sempre é assim?”, perguntou ela, evitando a pergunta dele por um momento. “Assim como?” Miguel retrucou, inclinando-se para frente, com um sorriso que parecia saber exatamente oque ela queria. Ele deu de ombros, mas seus olhos não desviaram dos dela. “Acredito que são as partes mais honestas. É ali que as pessoas revelam quem realmente são”, completou Miguel, com a voz grave e controlada, como se estivesse afirmando um fato universal. Clara inclinou-se um pouco para frente, cruzando os braços sobre a mesa. “Então, você acha que me conhece só porque leu meus livros?” Miguel riu, baixo e profundo, e balançou a cabeça. “Conhecer? Não. Mas acho que você deixa algumas pistas. Talvez mais do que imagine.” Ela arqueou uma sobrancelha, intrigada. “E o que você acha que sabe sobre mim, Miguel?" Ele segurou o olhar dela, um brilho desafiador em seus olhos. “Acho que você é boa em esconder o que sente, mas escreve o que não consegue dizer em voz alta. Certo?" Por um segundo, Clara não respondeu. Não porque ele estava errado, mas porque estava certo demais. Ela desviou o olhar, um leve sorriso surgindo em seus lábios. “Você é perigoso, sabia? Desse jeito, pode acabar me conhecendo mais do que deveria.” Miguel deu um gole no café, relaxando na cadeira. “Não me parece tão ruim assim. Talvez você precise de alguém que você conheça melhor.” Clara abriu a boca para responder, mas foi interrompida pelo alarme discreto de seu telefone. Olhou para a tela e suspirou. “Eu preciso ir.” Miguel pareceu decepcionado por um momento, mas logo o sorriso voltou. “Foi um prazer te conhecer, Clara. Espero te ver novamente.” Ela se levantou, recolhendo seu caderno e o casaco. Antes de sair, olhou para ele uma última vez, com um sorriso minimalista provocador. “Se você continuar lendo meus livros, quem sabe?” Miguel apenas a esperou sair, o som da porta do café se fechando sendo abafado pela chuva lá fora. No entanto, ele já sabia: aquilo não seria a última vez.Miguel estendeu a mão para tocar o rosto dela, mas Clara afastou-se.“Você tem todo o direito de duvidar de mim,” disse ele, sua voz falhando. “Mas eu te amo, Clara. Não estou aqui porque fui obrigado. Estou aqui porque quero estar.”Ela ficou em silêncio, o coração dividido entre a dor e o desejo de acreditar nele.O silêncio no carro era esmagador, mas a tensão entre os dois era palpável. Clara olhava pela janela, tentando esconder as lágrimas, enquanto Miguel observava-a, lutando contra suas próprias emoções.“Clara,” disse ele finalmente, a voz rouca.“Agora não, Miguel,” respondeu ela, secando os olhos com o vestido.Mas Miguel não se conteve. Soltando o cinto de segurança, inclinou-se para ela, puxando-a pelo rosto. Seus olhos se encontraram, e a raiva que havia entre eles transformou-se em algo mais intenso, mais visceral.“Eu vou provar pra você,” disse ele, a voz firme. “Que você é tudo o que importa pra mim.”Antes que Clara pudesse responder, Miguel a beijou. Foi um beijo c
Miguel permaneceu em silêncio com o rosto imóvel.“Seu charme sempre foi útil,” continuou Hector, com um olhar rápido para Clara. “Especialmente quando precisávamos atrair escritoras inocentes para nosso círculo.”Clara sentiu o sangue ferver, mas Miguel apertou suavemente sua mão debaixo da mesa, pedindo que ela mantivesse a calma.“E, claro, não posso esquecer seu talento como atirador,” disse Hector, com um sorriso frio. “Você é um dos melhores que já tivemos. É uma pena que ultimamente tenha deixado isso de lado.”Miguel ergueu os olhos, encarando Hector diretamente. “Faço o que precisa ser feito.”Hector riu suavemente. “Espero que continue assim. Afinal, todos somos substituíveis, não acha?”O silêncio que seguiu foi tão pesado quanto o próprio jantar. Clara sentiu que cada palavra de Hector era uma ameaça disfarçada, um lembrete de quem realmente controlava o jogo.“Duas semanas, Clara,” repetiu Hector, erguendo sua taça. “Estou ansioso para ler sua obra.”Quando o jantar final
Clara não contou a Miguel, mas ficou impressionada com o quão bem ele conhecia detalhes como estilo e sofisticação. Enquanto voltavam para casa, pensou consigo mesma que ele tinha um gosto impecável – algo que parecia contrastar com o lado sombrio de sua vida.No entanto, o pensamento trouxe outra questão: como Miguel havia adquirido aquele gosto refinado? Ele já havia usado essas habilidades antes, talvez para conquistar outras mulheres em missões? A dúvida a fez sentir-se desconfortável, mas ela decidiu não abordar o assunto. Havia coisas mais urgentes em que pensar.Quando chegaram ao restaurante, a fachada iluminada os recebeu com um brilho convidativo. Le Soleil era um local discreto, mas luxuoso, com uma entrada decorada por flores frescas e tapetes vermelhos que pareciam saídos de um filme.O maître os cumprimentou com um sorriso polido e conduziu-os para o andar superior, onde uma área privada os aguardava. Clara sentiu o estômago apertar enquanto subiam as escadas.No centro
“Boa noite, Miguel,” veio a voz de Hector, cortês, mas com um tom calculado que o fez apertar o telefone com mais força. “Tenho um convite para você e para sua encantadora senhorita Clara. Jantar amanhã à noite. Quero discutir o progresso do livro e... outros assuntos.”Miguel manteve a voz controlada. “Claro. Onde e a que horas?”“Restaurante Le Soleil, às oito. Um lugar refinado, à altura da nossa conversa. Espero que tragam apetite e respostas,” respondeu Hector, com um sorriso perceptível na voz.Antes que Miguel pudesse responder, a ligação foi encerrada. Ele largou o telefone na mesa, o maxilar tenso.“Era Hector,” disse ele, levantando os olhos para Clara.Ela congelou, largando a caneta que segurava. “O que ele queria?”“Um jantar,” respondeu Miguel, o tom carregado de ironia. “Um jantar onde ele quer falar sobre o livro... e, provavelmente, nos lembrar de que estamos nas mãos dele.”Clara sentiu um calafrio. A ideia de estar cara a cara com Hector a apavorava, mas ela sabia q
A manhã seguinte trouxe um céu cinzento e carregado, como se refletisse a tensão no ar. Clara acordou cedo, incapaz de dormir depois de ler a carta de André. A história de Juliette ficava se repetindo em sua mente, como um aviso sombrio.Miguel estava na cozinha, preparando café enquanto verificava seu telefone. Seu olhar era sério, e as olheiras abaixo dos olhos mostravam que ele também não havia dormido bem.“Alguma novidade?” perguntou Clara, entrando na cozinha.Miguel ergueu os olhos e balançou a cabeça. “Nada ainda. Mas isso não significa que estamos seguros.”Clara sentou-se à mesa, segurando a xícara que ele lhe entregou. “Miguel... E se André estiver sendo sincero? Se ele realmente quiser nos ajudar?”“Eu sei que parece assim,” disse Miguel, puxando uma cadeira para sentar ao lado dela. “Mas precisamos ser cuidadosos. Mesmo que ele esteja falando a verdade, isso não significa que podemos confiar completamente. Ele pode estar sendo manipulado sem saber.”“Mas o que fazemos ent
Clara respirou fundo, tentando reunir coragem. Ela sabia que a situação era arriscada, mas também sabia que não tinha outra escolha.O Café des Lumières era charmoso, com suas mesas de madeira e cadeiras acolchoadas em tons de vermelho desbotado. Clara entrou devagar, segurando a bolsa com o bilhete escondido. O ambiente estava tranquilo, com apenas alguns clientes conversando em voz baixa.Ela pediu um café, tentando parecer casual, e sentou-se à terceira mesa à esquerda, conforme as instruções. Tirou o bilhete da bolsa e, discretamente, o deslizou para debaixo da mesa:"Prove que posso confiar em você."Clara tomou alguns goles do café e olhou ao redor. Ninguém parecia prestar atenção nela, mas a sensação de estar sendo observada não a abandonava.Depois de alguns minutos, levantou-se, deixou o dinheiro sobre a mesa e saiu do café com passos firmes, mas controlados.Mais tarde, em casa, Clara tentava voltar ao manuscrito. As palavras pareciam vazias naquele momento, enquanto sua men
Último capítulo