Paloma sentiu o rosto queimar.
Por que ele tinha que dizer exatamente as coisas que faziam sua pele arrepiar?
E, pior ainda, por que o corpo dela reagia desse jeito justamente com ele, um homem que provavelmente estava se divertindo às custas dela?
Não ia se enganar achando que era especial ou qualquer bobagem de conto de fadas. Já era adulta o suficiente para saber que não era nenhuma versão moderna da Cinderela. E, além de tudo, ele tinha Leliana.
— Não acha que a Sra. Monteiro teria escutado se eu gritasse? — ela perguntou, tentando soar firme, embora a voz quase saísse trêmula. — Não imagino que você ia querer que ela nos visse.
César arqueou uma sobrancelha, um sorriso cínico brincando no canto da boca.
— Você teria gritado? Mesmo? — ele falou devagar, como se saboreasse a provocação. — Porque, sinceramente, um segundo antes, não me pareceu que ia ser esse o caso.
— Oh, você é tão convencido! Quem você pensa que é na fila do pão? — disparou, mais para esconder o nervosismo do que