Nunca o tamanho dele lhe pareceu tão intimidante como agora.
César estava com os braços cruzados, o peito largo formando uma barreira quase física entre eles, e a olhava como quem pega uma criança no flagra fazendo arte.
Paloma sentiu aquele velho e inconveniente calor de irritação subindo pelo corpo. Ele sempre tinha o dom de extrair o pior dela; e o mais embaraçoso também.
— Ele me convidou — respondeu, erguendo o queixo num desafio descarado.
César deu um passo à frente. O cheiro de fumaça do braseiro se misturou ao perfume amadeirado dele, que parecia envolver cada centímetro do ar que ela respirava.
— E como é que conheceu ele? — perguntou, a voz grave, quase íntima.
— Isso importa? — rebateu, tentando soar indiferente, mas o tom saiu mais agudo do que gostaria.
— Importa. — Os olhos dele percorreram lentamente o rosto dela, como se buscassem alguma pista escondida. — Vocês estão ficando?
— Ficando? — Ela soltou uma risada curta e incrédula. — Não… e, sinceramente, não acho que s